segunda-feira, 24 de junho de 2013

Um final de semana em Joaquim Egídio

Os lugares escondidos e pouco conhecidos são os que mais me fascinam. Joaquim Egídio é um deles! Fazia tempo que eu queria visitar essa “cidade”. Fiquei empolgada depois que li uma reportagem numa revista de gastronomia sobre os ótimos restaurantes que tinham por lá. Alguns meses se passaram até que, finalmente, no penúltimo final de semana, como não fez sol, eu deixei de ir à praia para ir ao interior.
Na verdade, Joaquim Egídio não é uma cidade, é um distrito da cidade de Campinas, um bairro mais afastado do centro (cerca de 20 km). Porém, ao chegar lá, logo se percebe qualquer coisa de diferente. Eu achei Joaquim Egídio um mundo completamente a parte da cidade de Campinas. A atmosfera é de uma cidadezinha de interior muito bem conservada, com ruas de paralelepípedo, diversas construções antigas da época do café e com moradores pra lá de simpáticos.
Cheguei na “cidade” vindo por Valinhos, passando por uma rodovia estadual (por sinal muito bonita!) e por uma estrada de terra que desemboca direto em Joaquim Egídio. Mas também é possível dirigir só por estrada asfaltada, vindo por Campinas, passando primeiro por outro distrito – igualmente legal – chamado Sousas.
A região ao redor de Joaquim Egídio e Sousas é toda ambientalmente protegida, o que talvez torne esse local mais especial. Aliás, essa região é super procurada por amantes de esportes ao ar livre (trekking e biking, principalmente).
Eu e meu marido chegamos lá no sábado já na hora do almoço. Estávamos famintos e por isso fomos direto em busca do restaurante indicado na reportagem que tinha me motivado a conhecer Joaquim Egídio, chamado Estação Marupiara. O restaurante não fica na rua principal, deve-se seguir uma placa que indica “estação de trem” até chegar a uma pracinha bem pacata, onde têm outros bons restaurantes e a estação ao fundo. O Marupiara fica ao lado da estação.
O lugar é simplesmente uma graça, charmoso, acolhedor, enfim, tudo de bom! Há um espaço fechado e outro meio aberto. Como não estava muito frio, ficamos no espaço meio aberto, onde estava rolando uma música ao vivo (voz e violão) bem gostosa. A comida é típica brasileira com uns toques contemporâneos. Realmente é muito boa, mas o preço é salgado. No final, achei que valeu a experiência como um todo.




Depois de almoçar, fomos dar uma volta na praça e tirar umas fotos da estação. Percebi que tinha um bar aberto (Bar do Armazém) e o meu jeito cara de pau de ser foi até lá à procura de histórias e bate papo. Foi quando conhecemos a Dona Heloísa, uma descendente de italianos, que mora em Joaquim Egídio desde que nasceu, e coordena o bar junto com seu filho. Ela nos ofereceu um café e começou a nos contar histórias sobre a sua família, o bar e a “cidade”. Disse que o seu avô foi para Joaquim Egídio na época da exploração do café e que aquela casa, onde hoje é o bar, é da família desde então. Ela mostrou-nos diversas partes da construção do bar que são totalmente originais, inclusive o chão, que era utilizado para secar o café. Fiquei tão feliz com aquela receptividade que acabei prometendo a ela que voltaria à noite para tomar caldos e sopas.



Estação de trem.



Bistrô Santa Helena.



Joaquim Egídio antigamente.



O filho de Dona Heloísa mandando ver uma polenta no fogão a lenha.



Tijolos originais do Bar do Armazém.



Lugar onde os imigrantes italianos se reúnem até hoje.


O problema era que até então não tínhamos nenhuma reserva de hotel. Em Joaquim Egídio não há hotéis nem pousadas, mas eu sabia de uma única pousada localizada no distrito de Sousas. Liguei pra lá e a moça disse que a princípio não havia vagas, pois uma pessoa ainda iria confirmar. Como assim? – perguntei eu – Já são 17 horas! A minha lábia acabou convencendo a mulher de que não fazia mais sentido esperar alguém que até esta hora não tinha dado sinais de vida.
A pousada Vill’Atybaia é simples, mas supriu totalmente as nossas necessidades. Era confortável, silenciosa, limpa, tinha uma ducha quente ótima, aquecimento e um café da manhã bem gostoso.
Sousas, que fica colado a Joaquim Egídio, mais próximo a Campinas, também se revelou uma “cidade” muito agradável e bem cuidada. Também tem ótimos restaurantes ao longo de suas poucas ruas, uma pracinha super charmosa com uma igreja linda e histórica construída em 1898 e outra pracinha com bicicletas da Prefeitura que você pode alugar para passear pela região.
No sábado à noite, voltamos a Joaquim Egídio. Estávamos indo para o restaurante da Dona Heloísa, quando, passando pela rua principal, avistamos um movimento no Boteco do André, onde estava rolando um samba! Sim, samba! Não acreditei que naquela “cidade” calma, pequena e histórica tinha um boteco onde você podia ouvir um samba.
Não hesitamos nem uma só vez, estacionamos o carro e fomos lá conferir o lugar. O bar é bem descolado, colorido e cheio de fotos, cartazes e discos de MPB na parede. Estava rolando uma espécie de samba rock bem legal. Fazia tanto tempo que não dançava com meu marido. Foi uma delícia! Os frequentadores são, sobretudo, moradores de Campinas.





Ao sair de lá, seguimos para o bar da Dona Heloísa para cumprir a minha promessa. Ela ficou super contente. Os caldos estavam ótimos. Tinha um com macarrão que era o babbo dela que fazia a massa. Enfim, recomendo muito esse bar bem local, cujo preço é bem acessível.
Foi relaxante dormir no silêncio, só ouvindo de vez em quando o barulho das árvores e dos bichos.
No dia seguinte, dirigimos até a Serra das Cabras, onde se situam algumas fazendas antigas de café. Para visitá-las é preciso marcar com antecedência. O passeio pela Serra das Cabras é possível ser feito também de bicicleta. Na verdade, na estrada há mais ciclistas que motoristas.
Na hora do almoço, paramos no tradicional restaurante Feijão com Tranqueira, que fica numa fazenda bem na Estrada das Cabras. Estava bem tranquilo, sentamos na varanda, tava batendo um sol gostoso e tocando uma música sertaneja daquelas antigas bem melosas. Um clima bem de interior! Uma delícia! Bom pra se esquecer de toda essa confusão daqui de São Paulo.



Antiga fazenda de café.

No final de semana passado, voltamos lá com meus pais e almoçamos num restaurante italiano muito bom, situado em Sousas, chamado Ca’ di Mattone.
Enfim, vale muito a pena uma visita a Joaquim Egídio e Sousas. Seja um final de semana, seja um bate e volta só para um almoço ou uma caminhada pela mata. A paz e a tranquilidade do lugar revigorará a sua alma.

Restaurantes:

Hotéis:

Links úteis:
http://www.florestapark.com.br/site/


Um comentário:

Anônimo disse...

In the labyrinthine streets of West Village, bars are not just establishments; they are characters in a larger narrative. Each one tells a different tale — some echoing the Jazz Age, others mirroring modern mixology trends. Yet, the common thread is the sense of belonging they offer. West Village bars are microcosms of the city’s diversity, where artists mingle with bankers, and poets share a table with tech enthusiasts. Here, the clink of glasses is a universal language, and the night unfolds into a storybook of unforgettable moments.