quinta-feira, 13 de junho de 2013

Nova York Gastronômica.

Eu não sou lá muito fã dos Estados Unidos, mas eu tiro o chapéu para Nova York, que, na minha opinião, é uma cidade muito internacional e encantadora, em todos os sentidos, e bem diferente do resto do país.
Muitas pessoas vão à Nova York em busca, principalmente, de compras, teatros, exposições e museus. Não vou dizer que não me enquadro nesse grupo, mas a minha última viagem pra lá teve como roteiro principal os diversos restaurantes excelentes que fazem de Nova York uma verdadeira capital mundial da gastronomia.
Pra começar, fiquei hospedada num hotel chamado Empire Hotel. O hotel é bom. A localização é excelente: em frente ao Lincoln Center e próximo a ótimos restaurantes, o que ajudou bastante nas descobertas gastronômicas. Não é dos hotéis mais baratos (diárias a partir de 300 dólares aproximadamente) e também não é nenhuma maravilha, mas, como em Nova York é difícil achar um bom hotel a um preço acessível, tá valendo ficar no Empire Hotel.
Cheguei lá numa quarta feira bem cedinho, pelo aeroporto de Newark. Aliás, oriento chegar e sair por esse aeroporto, em que há operação praticamente só da United Airlines, o que faz com que ele seja tranquilo e não tenha filas quilométricas na imigração e no free shop.
Como o check in no hotel só poderia ser feito depois de meio dia, fui tomar café da manhã no conhecido Magnólia Bakery, na Columbus Avenue, n. 200. Os melhores cupcakes que eu já comi na minha vida!
Em relação aos restaurantes, a primeira dica que dou é: se o restaurante for bem badalado, é melhor reservar, principalmente à noite. Todo mundo lá faz reserva. Para isso, você pode acessar o site www.opentable.com, fazer o cadastro e depois é só procurar o restaurante que quiser e fazer a reserva online. É super fácil!
O primeiro restaurante em que eu me aventurei foi o Bar Boulud, fica na West Brodway esquina com a Rua 64. Eu decidi ir lá só e somente só porque estava exausta e o restaurante era bem em frente ao hotel – literalmente. A experiência foi fantástica. Logo pensei: “deve ser sorte de principiante”. Mais tarde fiquei sabendo que o lugar é realmente bom e reconhecido e que há outro restaurante do mesmo dono (o chefe Daniel Boulud) ainda mais bem conceituado, na própria Rua 64, chamado Boulud Sud.
Do lado do Bar Boulud tem também outro restaurante bem gostoso, o Café Fiorello, onde comi um espaguete com vôngole, que estava muito, muito gostoso e tomei uma taça de vinho, que veio tão bem servida que mais parecia uma meia garrafa!
No dia seguinte, por entre as andanças de compras lá pelo Soho e Tribeca, acabei parando num restaurante que me surpreendeu muito. Chama-se Delicatessen. Tem um estilo moderninho e a comida é típica dos deli’s. Pedi um hambúrguer, que, além de ser grande, ainda veio junto com uma saladinha e um baldinho de batatas fritas com alho e alecrim. Tudo uma delícia. Fica bem cheio e talvez tenha que esperar um pouco pra sentar. Mas vale a pena!
À noite, me aventurei num restaurante duas estrelas Michelin, chamado Marea. Fica no Central Park South. O ambiente não é muito despojado, têm muitos executivos e, mesmo quando está um calor infernal, não é permitido o uso de bermuda. O atendimento é ótimo. Quanto à comida, confesso que errei ao pedir a entrada Ricci da Mare. Era um tipo de ouriço do mar, mas tinha um gosto muito esquisito. Vai ver eu é que não soube apreciar. Meu marido pediu umas ostras e adorou! O prato principal – pedimos duas massas – estava uma delícia, digno das duas estrelas Michelin! Não achei o preço um absurdo para um restaurante desse nível. Eu e meu marido gastamos cerca de 250 dólares com direito a um bom vinho, água, entrada, prato principal, sobremesa e café.
Outra surpresa bem próxima ao hotel em que estava hospedada foi o Salumeria Rossi. É um restaurante italiano, que também funciona como uma loja de frios. Foi lá em que eu comi a melhor costelinha da minha vida! Vale a pena também pedir a tábua de frios de entrada. Um espetáculo! Se eu tivesse que escolher um só restaurante de toda essa viagem, eu escolheria o Salumeria!
Ainda próximo ao hotel, na Columbus Avenue, tem um restaurante chamado Bistrô Cassis, que pertence ao mesmo grupo dos restaurantes Pomodoro, Café Buenos Aires, Bistrô Citron, entre outros. O serviço não foi dos melhores, mas a comida era de primeira qualidade.
Se bater uma fome enquanto se visita o Metropolitan Museum, não hesite de fazer uma boquinha no The Petrie Court Café, que fica mesmo dentro do museu, e experimente a salada de tomates variados com mussarela de búfala. O ambiente do local é bem agradável e a comida é deliciosa!
Já na região de downtown, um restaurante que me marcou foi o Artisanal Bistrô. Eu comi uma carne super saborosa que estava desfiando e dava até pra cortar com uma colher. Lá funciona também uma fromagerie, com queijos de todo o tipo. Vale a visita para almoçar, jantar ou só para degustar queijos e vinhos.
Um lugar que não se pode deixar de ir inúmeras vezes quando você for à Nova York é o Eataly, que também fica em downtown. Trata-se de um complexo gastronômico de comida italiana de excelente qualidade! Eu experimentei todos os restaurantes (massa, carne, vegetariano, pizzaria, peixes e a birreria que fica no rooftop). Todos, sem exceção, são maravilhosos! Mas lá não têm só restaurantes. Há uma espécie de feira com legumes de todos os tipos, há uma livraria, açougue com carnes cinematográficas, vendem-se também utensílios de cozinha, macarrão, molhos etc. É muito, muito legal!
Quando vou à Nova York, raramente restrinjo meus passeios só a Manhattan. Diferente do povo que mora em Manhattan, eu sou apaixonada pelo Brooklyn, com suas casinhas charmosas, as ruas arborizadas, as lojinhas cults. Sempre gosto de ir lá, passear pelas ruas residenciais, sentar numa praça, observar a vida e descobrir lugares diferentes. Dessa vez, eu descobri, no Brooklyn Heights, um restaurante polonês bem agradável e com preço honesto, chamado Teresa’s – fica localizado no nº 80 da Montague Street. De quebra, deixo uma dica de uma loja que descobri nesse dia de andanças pelo Brooklyn: chama-se Dalaga (http://www.dalaganyc.com/) e fica no Greenpoint. Um charme!
Agora, se você quiser dar uma de local mesmo ou não quiser gastar muito, pode ir ao Whole Foods da Columbus Circle, comprar uma salada ou outro prato qualquer e sentar no Central Park, relaxar e almoçar por ali mesmo. Eu fiz isso dessa vez e foi ótimo!
Para experimentar uma noite mais badalada, eu recomendo dois bares: o Boqueria e o Jules Bistrô.
O Boqueria é um bar espanhol que faz o estilo “baladinha” com música levemente alta. Tem um bom cardápio de tapas, além de ótimos vinhos e drinks.
Já o Jules Bistrô é um bar mais low profile. Eu estive lá em 2005 e lembrava de ter me deliciado com moules frites e de ter ouvido um jazz de primeira. Por isso resolvi voltar e ver se continuava bom. Não me arrependi e tampouco me decepcionei. Quando cheguei, o bar ainda estava meio vazio. Depois de um tempo a banda chegou e começou a tocar um gipsy jazz (manouche) sem igual. Nesse momento, tive certeza de que tinha escolhido bem o lugar pra ouvir uma boa música. Mas, mais tarde um pouco, fiquei ainda mais contente. Chegou ao bar um menino, acompanhado da mãe, que aparentava ter uns 16 anos. Ele sacou o violino da maleta e só esperou a música terminar para se ajuntar com os demais membros da banda. O menino deu um show! Eu me senti no filme do Woody Allen.
Depois, ao pesquisar o nome do garoto (Jonathan Russell), descobri que ele é um menino prodígio e conhecido lá nos Estados Unidos. Segue abaixo um vídeo do show que tive o prazer de assistir lá em Nova York.
Acho que é isso. Após essas experiências gastronômicas, eu já estava com saudades do meu feijão e arroz do dia-a-dia.

Hotéis:
www.acehotel.com – hotel moderninho (diárias a partir de 150 dólares a depender do tamanho do quarto)
www.distrikthotel.com (diárias em torno de 260 dólares)

Restaurantes:
http://www.cafefiorello.com/


 

 Jonathan Russell mandando ver no violino.


Carnes cinematográficas no Eataly.


Feira no Eataly.


Variedade de queijos no Eataly.


A vizinhança tranquila do Brooklyn.

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