Os
lugares escondidos e pouco conhecidos são os que mais me fascinam. Joaquim
Egídio é um deles! Fazia tempo que eu queria visitar essa “cidade”. Fiquei
empolgada depois que li uma reportagem numa revista de gastronomia sobre os
ótimos restaurantes que tinham por lá. Alguns meses se passaram até que,
finalmente, no penúltimo final de semana, como não fez sol, eu deixei de ir à
praia para ir ao interior.
Na
verdade, Joaquim Egídio não é uma cidade, é um distrito da cidade de Campinas,
um bairro mais afastado do centro (cerca de 20 km ). Porém, ao chegar lá,
logo se percebe qualquer coisa de diferente. Eu achei Joaquim Egídio um mundo
completamente a parte da cidade de Campinas. A atmosfera é de uma cidadezinha
de interior muito bem conservada, com ruas de paralelepípedo, diversas
construções antigas da época do café e com moradores pra lá de simpáticos.
Cheguei
na “cidade” vindo por Valinhos, passando por uma rodovia estadual (por sinal
muito bonita!) e por uma estrada de terra que desemboca direto em Joaquim Egídio. Mas
também é possível dirigir só por estrada asfaltada, vindo por Campinas, passando
primeiro por outro distrito – igualmente legal – chamado Sousas.
A
região ao redor de Joaquim Egídio e Sousas é toda ambientalmente protegida, o
que talvez torne esse local mais especial. Aliás, essa região é super procurada
por amantes de esportes ao ar livre (trekking e biking, principalmente).
Eu
e meu marido chegamos lá no sábado já na hora do almoço. Estávamos famintos e
por isso fomos direto em busca do restaurante indicado na reportagem que tinha
me motivado a conhecer Joaquim Egídio, chamado Estação Marupiara. O restaurante
não fica na rua principal, deve-se seguir uma placa que indica “estação de
trem” até chegar a uma pracinha bem pacata, onde têm outros bons restaurantes e
a estação ao fundo. O Marupiara fica ao lado da estação.
O
lugar é simplesmente uma graça, charmoso, acolhedor, enfim, tudo de bom! Há um
espaço fechado e outro meio aberto. Como não estava muito frio, ficamos no
espaço meio aberto, onde estava rolando uma música ao vivo (voz e violão) bem
gostosa. A comida é típica brasileira com uns toques contemporâneos. Realmente
é muito boa, mas o preço é salgado. No final, achei que valeu a experiência
como um todo.
Depois
de almoçar, fomos dar uma volta na praça e tirar umas fotos da estação. Percebi
que tinha um bar aberto (Bar do Armazém) e o meu jeito cara de pau de ser foi
até lá à procura de histórias e bate papo. Foi quando conhecemos a Dona
Heloísa, uma descendente de italianos, que mora em Joaquim Egídio
desde que nasceu, e coordena o bar junto com seu filho. Ela nos ofereceu um
café e começou a nos contar histórias sobre a sua família, o bar e a “cidade”.
Disse que o seu avô foi para Joaquim Egídio na época da exploração do café e
que aquela casa, onde hoje é o bar, é da família desde então. Ela mostrou-nos
diversas partes da construção do bar que são totalmente originais, inclusive o
chão, que era utilizado para secar o café. Fiquei tão feliz com aquela
receptividade que acabei prometendo a ela que voltaria à noite para tomar
caldos e sopas.
Estação de trem.
Bistrô Santa Helena.
Joaquim Egídio antigamente.
O filho de Dona Heloísa mandando ver uma polenta no fogão a lenha.
Tijolos originais do Bar do Armazém.
Lugar onde os imigrantes italianos se reúnem até hoje.
O
problema era que até então não tínhamos nenhuma reserva de hotel. Em Joaquim Egídio não
há hotéis nem pousadas, mas eu sabia de uma única pousada localizada no
distrito de Sousas. Liguei pra lá e a moça disse que a princípio não havia
vagas, pois uma pessoa ainda iria confirmar. Como assim? – perguntei eu – Já
são 17 horas! A minha lábia acabou convencendo a mulher de que não fazia mais sentido
esperar alguém que até esta hora não tinha dado sinais de vida.
A
pousada Vill’Atybaia é simples, mas supriu totalmente as nossas necessidades.
Era confortável, silenciosa, limpa, tinha uma ducha quente ótima, aquecimento e
um café da manhã bem gostoso.
Sousas,
que fica colado a Joaquim Egídio, mais próximo a Campinas, também se revelou
uma “cidade” muito agradável e bem cuidada. Também tem ótimos restaurantes ao
longo de suas poucas ruas, uma pracinha super charmosa com uma igreja linda e
histórica construída em 1898 e outra pracinha com bicicletas da Prefeitura que
você pode alugar para passear pela região.
No
sábado à noite, voltamos a Joaquim Egídio. Estávamos indo para o restaurante da
Dona Heloísa, quando, passando pela rua principal, avistamos um movimento no
Boteco do André, onde estava rolando um samba! Sim, samba! Não acreditei que
naquela “cidade” calma, pequena e histórica tinha um boteco onde você podia
ouvir um samba.
Não
hesitamos nem uma só vez, estacionamos o carro e fomos lá conferir o lugar. O
bar é bem descolado, colorido e cheio de fotos, cartazes e discos de MPB na
parede. Estava rolando uma espécie de samba rock bem legal. Fazia tanto tempo
que não dançava com meu marido. Foi uma delícia! Os frequentadores são, sobretudo,
moradores de Campinas.
Ao
sair de lá, seguimos para o bar da Dona Heloísa para cumprir a minha promessa.
Ela ficou super contente. Os caldos estavam ótimos. Tinha um com macarrão que
era o babbo dela que fazia a massa.
Enfim, recomendo muito esse bar bem local, cujo preço é bem acessível.
Foi
relaxante dormir no silêncio, só ouvindo de vez em quando o barulho das árvores
e dos bichos.
No
dia seguinte, dirigimos até a Serra das Cabras, onde se situam algumas fazendas
antigas de café. Para visitá-las é preciso marcar com antecedência. O passeio
pela Serra das Cabras é possível ser feito também de bicicleta. Na verdade, na
estrada há mais ciclistas que motoristas.
Na
hora do almoço, paramos no tradicional restaurante Feijão com Tranqueira, que
fica numa fazenda bem na Estrada das Cabras. Estava bem tranquilo, sentamos na
varanda, tava batendo um sol gostoso e tocando uma música sertaneja daquelas
antigas bem melosas. Um clima bem de interior! Uma delícia! Bom pra se esquecer
de toda essa confusão daqui de São Paulo.
Antiga fazenda de café.
No
final de semana passado, voltamos lá com meus pais e almoçamos num restaurante
italiano muito bom, situado em Sousas, chamado Ca’ di Mattone.
Enfim,
vale muito a pena uma visita a Joaquim Egídio e Sousas. Seja um final de
semana, seja um bate e volta só para um almoço ou uma caminhada pela mata. A
paz e a tranquilidade do lugar revigorará a sua alma.
Restaurantes:
Hotéis:
Links úteis:
http://www.florestapark.com.br/site/
Um comentário:
In the labyrinthine streets of West Village, bars are not just establishments; they are characters in a larger narrative. Each one tells a different tale — some echoing the Jazz Age, others mirroring modern mixology trends. Yet, the common thread is the sense of belonging they offer. West Village bars are microcosms of the city’s diversity, where artists mingle with bankers, and poets share a table with tech enthusiasts. Here, the clink of glasses is a universal language, and the night unfolds into a storybook of unforgettable moments.
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